Por Beatriz Lippi
Com festivais que conectam desde iniciantes a artistas experientes, a região se torna palco para a expressão cultural e para o fortalecimento da dança como arte e conexão
Com o avanço das iniciativas culturais na região metropolitana de Sorocaba, festivais e mostras têm o intuito de trazer a diversidade, unindo comunidades em torno da expressão artística. Entre esses eventos, destaca-se o festival Gus Dance 2024 organizado pelo Grêmio União Sãoroquense (GUS), que esse ano chega à sua quarta edição com o propósito de oferecer palco para todos os níveis de experiência.
Segundo um dos organizadores do evento, Marcos Setti, a mostra nasceu com o objetivo de "fazer com que as pessoas que não têm possibilidades de se apresentar possam mostrar seu trabalho, de forma descontraída". Ao longo dos anos, o evento evoluiu de um encontro virtual durante a pandemia para uma celebração presencial que costuma atrair muitos participantes. Com apresentações que incluem balé, dança cigana, dança do ventre, ginástica artística e rítmica, o festival se torna um espaço para talentos de todas as idades, desde crianças de quatro anos até idosos de 60 anos.
O Gus Dance vem com a proposta de ser aberto a quem quiser se inscrever, sem restrição de idade ou habilidade. O evento não impõe critérios rigorosos de seleção, aceitando amadores e profissionais de diversas modalidades de dança. Como explica Setti, "o festival não é sobre competição, mas sim sobre proporcionar a todos uma experiência de palco e o prazer de se apresentar para a comunidade".
Mesmo com iniciativas como a de São Roque, artistas locais ainda enfrentam barreiras estruturais. Mariana Cajado, proprietária do Studio Lumus em Mairinque, participa regularmente de mostras na região e destaca os desafios enfrentados. "Acredito que o que mais dificulta é o acesso aos locais de apresentação. Temos pouquíssimos teatros, e os que temos muitas vezes são administrados por pessoas que não entendem de arte ou enfrentam burocracias que dificultam a organização de eventos culturais". Ela aponta que, além de custosa, a organização de apresentações envolve um processo burocrático que dificulta o acesso dos grupos independentes aos espaços públicos.
Ainda assim, os festivais têm um papel essencial na construção de redes de apoio entre os artistas da região. Para Cajado, mostras de dança são fundamentais para o fortalecimento e visibilidade dos talentos locais. "Elas ampliam o alcance dos artistas e permitem que eles compartilhem a arte com pessoas que talvez nunca tivessem acesso a esse tipo de expressão". Além disso, ressalta que os eventos proporcionam uma oportunidade única para os artistas se conectarem e formarem parcerias, promovendo uma troca que fortalece a cena cultural da região.
Embora atualmente o evento de São Roque ainda seja limitado a um único dia e a grupos da região, a ideia de expansão está nos planos. Setti indica que há discussões sobre a possibilidade de levar a mostra para municípios vizinhos e, assim, alcançar um público maior e integrar ainda mais artistas de outras localidades.